sábado, 4 de outubro de 2008

SER CIDADÃO COMEÇA BEM ANTES DE PEPOIS DO VOTO


30/09/08 - 20h53 - Atualizado em 30/09/08 - 21h12

PARABENS À REDEGLOBO . . . .LEIAM E APRENDAM . . . .

Em Manaus, líderes fiscalizam vereadores e levam denúncias ao Tribunal Regional Eleitoral. Em Florianópolis, uma cartilha ensina democracia a alunos. Para alguns, o momento é de arregaçar as mangas.

Neste domingo, eleitores de todo o Brasil irão escolher prefeitos e vereadores. Na reportagem desta terça-feira da série sobre o trabalho de cidadãos pela comunidade, Beatriz Thielmann e Rogério Lima mostram que o exercício da cidadania começa bem antes do voto. A rádio da comunidade informa: “A campanha eleitoral é apenas um dos instrumentos, uma das ferramentas. Por isso é necessário que você participe”. Não há tempo a perder. Chamar a atenção do eleitor, mais que nunca, é preciso. Nas ruas, pelo alto falante, o compromisso fundamental. Não do candidato, mas de quem vota: ficar de olho vivo na corrupção. “Como identificar essa corrupção? Compra de voto, oferta ou doação de cestas básicas, remédios, dentaduras”, divulga um homem. Dizer não às falsas promessas. A iniciativa partiu de líderes comunitários de Manaus que decidiram fazer valer o que está na lei eleitoral. Pela cidade e periferia 20 sub-comitês fiscalizam os já vereadores e levam as denúncias ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). E, para reduzir os maus atos dos próximos eleitos, eles não perdem o fôlego. “O povo tem o poder nas mãos e se ele tem o poder nas mãos, ele tem que ler mais, se informar, saber sobre os candidatos”, afirmou a educadora Alcina da Silva. Para uns brasileiros, é hora de soltar a voz, ir para as ruas, alertar que a política pode ser diferente. Para outros, o momento é de arregaçar as mangas: querer de volta a honestidade e a transparência nas atitudes do cidadão. Uma campanha que tem que iniciar bem antes do primeiro voto. “Eu tenho que começar com a minha parte. Não furar filas, não comprar CDs piratas, não falsificar”, ensina Renata de Campos, de 16 anos. Está na cartilha. Ela foi idealizada pelos representantes do Ministério Público de Santa Catarina. Natália Porto, de 16 anos, complementa: “Com o pai, por exemplo. Quando ele não paga o imposto, por exemplo, é uma forma de corrupção, você está enganando o Estado”. Procuradores e promotores de Florianópolis vão às escolas, aos centros comunitários e aos cartórios eleitorais. Para eles, esta é uma campanha de prevenção contra "aquele jeitinho", que quase sempre está fora da lista dos atos considerados legais. Repare só no que diz o promotor. Affonso Ghizzo: “O ato de corrupção faz parte do nosso dia-a-dia. Está relacionado com a minha casa, com a minha família, o meu colégio, com o meu lazer, com a minha saúde”, disse Ghizzo Neto, do Ministério Público de Santa estadual.

“A gente é capaz de mudar, começando com pequenas atitudes. A gente tem que deixar esse conformismo de lado”, conclui uma aluna.

Veja mais reportagens desta série.


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