quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

POR QUE POLITICOS SÃO TÃO LADRÕES ASSIM AQUI NO BRASIL ??? E POR QUE O POVO AINDA VOTA NELES ???

NOTÍCIAS

Custo de produção no Brasil é baixo e margem é o triplo dos EUA, aponta estudo
Levantamento foi mostrado em audiência na CAE do Senado Federal

JOEL LEITE, AUTOINFORME
Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado realizou na semana passada, em Brasília, audiência pública para discutir os altos preços dos carros no Brasil, com a presença de representantes da Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, do Ministério do Desenvolvimento, do Ministério Público Federal, do Sindipeças – o sindicato dos fabricantes de autopeças – e deste jornalista. A série de reportagens falando sobre o “Lucro Brasil” feita no ano passado, e a repercussão do assunto na mídia, motivou a convocação da audiência, conforme a senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul, responsável pela iniciativa. A parlamentar lamentou a ausência da Anfavea, a associação dos fabricantes, que foi convidada, mas não compareceu.

Todos os expositores colocaram a questão dos altos preços do carro praticado no Brasil comparados com outros países: tanto países do Primeiro Mundo (Estados Unidos, Europa e Japão) quanto em relação aos nossos vizinhos Paraguai e Argentina. O exemplo do Toyota Corolla, um modelo global, foi o mais citado: o carro custa US$ 16,2 mil nos Estados Unidos, US$ 21,6 mil na Argentina e US$ 28,6 mil no Brasil. 

O representante do Ministério Público, Antonio Fonseca, pediu ao Senado a revogação da Lei Renato Ferrari, que regulamenta a distribuição de veículos (e obriga todos os fabricantes a nomear uma rede de concessionárias para vender seus veículos). Disse que o setor não precisa de regulamentação e que essa lei provoca o oligopólio, prejudica a livre concorrência e cria reserva de mercado em regiões do País, o que contribui para o aumento do preço final do carro. 

Mas foi o representante do Sindipeças, Luiz Carlos Mandelli, quem apresentou as informações mais contundentes em relação à formação do preço do carro no Brasil. Segundo um estudo apresentado pelos fabricantes de autopeças aos senadores, a margem de lucro praticada no Brasil é a maior do mundo, 10% sobre o valor ao consumidor, enquanto a margem média mundial é de 5% e nos Estados Unidos o lucro é de 3%.

Segundo o mesmo levantamento, o custo de produção e distribuição do veículo no Brasil é muito mais baixo do que nos países desenvolvidos. Esse custo, que inclui matéria-prima, mão-de-obra, logística e publicidade, entre outros (que as montadoras chamam de Custo Brasil) é equivalente a 58% do valor final do carro. A média mundial é bem maior, de 79%, e nos Estados Unidos esse custo sobre para uma faixa entre 88% e 91% (veja abaixo a composição do preço do carro no Brasil). 

Custo

Os impostos seguem na mesma proporção. No Brasil o imposto médio sobre o carro é de 32%, a média mundial é 16% e nos Estados Unidos varia de 6% a 9%.

As montadoras argumentam que a margem é maior no Brasil por causa no custo do capital. “Nenhum empresário vai colocar o seu capital num investimento de risco ou de baixo rendimento para ganhar 6% ao ano. Para isso ele deixa aplicado na poupança”, disse uma fonte dos fabricantes.





O Senado deve convocar novas reuniões para dar continuidade à discussão do assunto. 

*Joel Leite é jornalista da Agência AutoInforme, onde este texto foi originalmente publicado (veja aqui).
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